EFE
Projeto da UE evita milhares de casos de mutilação
genital na África
Bruxelas, 6 mar (EFE).- A Comissão Europeia destacou nesta
terça-feira as conquistas obtidas por um programa contra a mutilação genital
feminina promovido pela União Europeia (UE) e o Fundo das Nações Unidas para a
Infância (Unicef) no Egito, Eritreia, Etiópia e Senegal, que evitou que
'milhares de meninas' fossem submetidas à prática.
O projeto se baseou em campanhas de sensibilização e educação
das comunidades locais destinadas a 'mudar a mentalidade' em torno das práticas
tradicionais prejudiciais à mulher, segundo explicou a Comissão em
comunicado.
Em particular, a iniciativa focou-se em divulgar os perigos da
mutilação genital e fomentar os debates sobre esta prática e sobre os direitos
humanos nas comunidades locais e redes sociais.
O caso de mais destaque é o do Senegal, país onde 28% das
mulheres de entre 15 e 49 anos sofreram mutilações genitais e no qual foram
alcançados 'progressos surpreendentes' com a extinção da prática em cerca de
5.300 comunidades.
Caso continue avançando nesse ritmo, por volta de 2015 Senegal
'poderia se transformar no primeiro país do mundo a declarar o abandono total'
da mutilação genital feminina, segundo o relatório sobre os resultados do
projeto da Comissão.
No Egito, onde 91% das mulheres foram afetadas por esta
prática, o projeto permitiu 'certos progressos' ao conseguir com que a mutilação
se tornasse menos frequente entre as jovens.
O número de famílias que abandonou a mutilação 'aumentou
sensivelmente', passando de 3 mil em 2007 para quase 18 mil em 2011.
Na Etiópia, apesar de sua extensão, as práticas tradicionais
'estão em declínio', como mostra a redução de 80% para 74% das mulheres afetadas
entre 2000 e 2005.
Segundo o comissário europeu de Desenvolvimento, Andris
Piebalgs, estes resultados 'demonstram que a contribuição da UE pode ajudar a
mudar as coisas'.
Além disso, em comunicado divulgado diante da proximidade do
Dia Mundial da Mulher, em 8 de março, Piebalgs qualificou como 'inaceitável' o
fato de a mutilação genital continuar ocorrendo no século 21.
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