FAO considera 'provável' que a crise de fome se estenda na África
Um dos planos é beneficiar os governos dos países afetados com sistemas produtivos necessários para evitar outra situação semelhante no futuro
O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), Jacques Diouf (Remo Casilli / Reuters)
O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), Jacques Diouf, considerou nesta quinta-feira como "provável" que a situação de crise de fome, declarada em cinco regiões da Somália, se estenda pelo sul do país até o final do mês. Durante discurso na abertura da cúpula sobre o Chifre da África que a FAO realiza em Roma, o responsável da agência das Nações Unidas apostou por beneficiar os governos dos países afetados pela fome com sistemas produtivos necessários para evitar outra situação igual no futuro.
"Nas últimas três semanas desde nossa última reunião (25 de julho, em Roma), a crise no Chifre da África agravou-se, tornando-se dramática", comentou Diouf, que a partir de janeiro de 2012 será substituído no cargo pelo brasileiro José Graziano da Silva. "Dispomos de planos de investimento já aprovados, mas falta financiamento. Se os governos e seus parceiros doadores não agirem agora, a crise de fome voltará novamente e será uma vergonha para a comunidade internacional", indicou.
O diretor-geral da FAO lembrou ainda que 12,4 milhões de pessoas precisam de ajuda urgente no Chifre da África para sobreviver à crise alimentícia provocada pela pior seca nos últimos 60 anos na região. "É nossa responsabilidade ajudar às populações afetadas, já que é inadmissível que nos dias de hoje, com os recursos financeiros, as tecnologias e os conhecimentos disponíveis, mais de 12 milhões de pessoas morram de fome", acrescentou.
Lentidão - Como explicou o principal responsável da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação, as ajudas chegam "lentamente" às áreas afetadas e as necessidades imediatas "ficam progressivamente satisfeitas", mas é preciso pensar no futuro para que esta crise não volte a acontecer.
"Claro que hoje temos de salvar vidas, mas devemos contribuir, ao mesmo tempo, para o desenvolvimento de modos de vida sustentáveis, para evitar catástrofes como estas no futuro. As populações no Chifre da África fazem esforços louváveis, mas seus recursos se esgotaram pela combinação de seca, preços altos dos alimentos e conflitos", indicou Diouf.
Crise - A FAO considera que a atual crise alimentícia do Chifre da África, onde há 2,3 milhões de crianças afetadas por desnutrição, é também consequência de três décadas de investimento insuficiente na agricultura e no desenvolvimento rural. "É importante, diante da previsão de chuva em outubro, repovoar os rebanhos e apoiar a produção agrícola em pequena escala, com o fornecimento de sistemas de irrigação, adubos e técnicas adequadas. Isto deverá estender-se até a temporada de chuvas, na primavera de 2012", explicou o diretor-geral da FAO.
A ministra de Agricultura do Quênia, Sally Kosgei, indicou que a situação que vive os países do Chifre da África "foi grave e é grave, muito dura" em seu discurso na cúpula da FAO, preparatória à reunião convocada pela União Africana (UA) em Adis-Abeba, marcada para 25 de agosto.
"Nas últimas três semanas desde nossa última reunião (25 de julho, em Roma), a crise no Chifre da África agravou-se, tornando-se dramática", comentou Diouf, que a partir de janeiro de 2012 será substituído no cargo pelo brasileiro José Graziano da Silva. "Dispomos de planos de investimento já aprovados, mas falta financiamento. Se os governos e seus parceiros doadores não agirem agora, a crise de fome voltará novamente e será uma vergonha para a comunidade internacional", indicou.
O diretor-geral da FAO lembrou ainda que 12,4 milhões de pessoas precisam de ajuda urgente no Chifre da África para sobreviver à crise alimentícia provocada pela pior seca nos últimos 60 anos na região. "É nossa responsabilidade ajudar às populações afetadas, já que é inadmissível que nos dias de hoje, com os recursos financeiros, as tecnologias e os conhecimentos disponíveis, mais de 12 milhões de pessoas morram de fome", acrescentou.
Lentidão - Como explicou o principal responsável da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação, as ajudas chegam "lentamente" às áreas afetadas e as necessidades imediatas "ficam progressivamente satisfeitas", mas é preciso pensar no futuro para que esta crise não volte a acontecer.
"Claro que hoje temos de salvar vidas, mas devemos contribuir, ao mesmo tempo, para o desenvolvimento de modos de vida sustentáveis, para evitar catástrofes como estas no futuro. As populações no Chifre da África fazem esforços louváveis, mas seus recursos se esgotaram pela combinação de seca, preços altos dos alimentos e conflitos", indicou Diouf.
Crise - A FAO considera que a atual crise alimentícia do Chifre da África, onde há 2,3 milhões de crianças afetadas por desnutrição, é também consequência de três décadas de investimento insuficiente na agricultura e no desenvolvimento rural. "É importante, diante da previsão de chuva em outubro, repovoar os rebanhos e apoiar a produção agrícola em pequena escala, com o fornecimento de sistemas de irrigação, adubos e técnicas adequadas. Isto deverá estender-se até a temporada de chuvas, na primavera de 2012", explicou o diretor-geral da FAO.
A ministra de Agricultura do Quênia, Sally Kosgei, indicou que a situação que vive os países do Chifre da África "foi grave e é grave, muito dura" em seu discurso na cúpula da FAO, preparatória à reunião convocada pela União Africana (UA) em Adis-Abeba, marcada para 25 de agosto.